O veto dos EUA no Conselho de Segurança da ONU à resolução pelo reconhecimento do Estado palestino como membro pleno parece contraditório, hipócrita, até desumano. Afinal, a posição oficial do país é pela solução dos dois Estados. Por que, então, negar aos palestinos o que lhes cabe de direito desde o plano de partilha da ONU de 1947? Críticas são legítimas, mas o veto não reverte a posição dos EUA, vocalizada frequente e enfaticamente por seu presidente. O fim desejado é o mesmo de quem votou a favor – a divergência está nos meios. Os EUA creem que a solução virá de negociações bilaterais que criem as condições concretas sem as quais o reconhecimento é vazio.